Nesta quinta-feira, 14 de maio, às 20h, a Cinemateca Capitólio exibe o filme A Música de Gion, de Kenji Mizoguchi. A sessão é uma programação especial dentro da mostra O Cinema de Kenji Mizoguchi, que acontece na Sala P. F. Gastal da Usina do Gasômetro, em parceria com a Fundação Japão e o Escritório Consular Japonês em Porto Alegre, até o dia 17 de maio. A entrada é gratuita.
Confira os horários da mostra na Sala P. F. Gastal: http://www.salapfgastal.blogspot.com.br/2015/04/o-cinema-de-kenji-mizoguchi.html
A Música de Gion (Japão, 1953, 85 minutos)
A gueixa Miyoharu precisa de uma grande quantia de dinheiro para o debute de sua aprendiz, Eiko. Para ajudá-la, seu amigo Okimi, que pega o valor emprestado com o empresário Kusuda. Como pagamento, Kusuda quer possuir Eiko e ofertar Miyoharu como presente a Kanzaki, para fechar um negócio. As duas vão contra a tradição e se rebelam. Exibição em 35mm.
KENJI MIZOGUCHI
Destacando-se nos principais festivais europeus na década de 1950 (Oharu, Contos da Lua Vaga e O Intendente Sansho receberam prêmios importantes em Veneza), Mizoguchi foi rapidamente alçado ao panteão dos principais realizadores do mundo, especialmente pela crítica francesa, que via na obra do japonês o supra-sumo daquilo que era tido como a principal especificidade do cinema: a arte da mise en scène. Dizia o então crítico Jacques Rivette, na revista Cahiers du Cinéma: “esses filmes - que nos falam, numa língua estrangeira, de histórias às quais nossos costumes e modos de vida são completamente alheios - se comunicam conosco através de uma linguagem familiar. Qual linguagem? A única à qual um cineasta deve reivindicar quando tudo está dito e feito: a linguagem da mise en scène”. Naqueles anos, Mizoguchi era recebido como uma novidade singular no Ocidente, mas já havia realizado mais de cinquenta filmes desde sua estreia, em 1923, ainda no período silencioso do cinema japonês.
Nos anos 1930, Mizoguchi ficou conhecido pelo modo atípico de filmar, construindo a maioria das cenas em apenas um plano, deixando muitas vezes a câmera distante dos atores – num tipo de enquadramento que só seria frequente no cinema contemporâneo. Desde o início, colocou em cena o seu tema favorito: a luta das mulheres e o conseqüente destino trágico num país de costumes patriarcais, tanto em representações contemporâneas quanto em narrativas do período antigo. Nos pós-segunda guerra, Mizoguchi intensificou seu olhar sobre as tragédias femininas, construindo uma série de melodramas sobre a condição da mulher japonesa, entre nobres infelizes, gueixas revoltadas e camponesas dedicadas à família. Na última década de vida, o cineasta apurou ainda mais o seu estilo cinematográfico, trabalhando o plano-sequência e os enquadramentos com uma sensibilidade jamais igualada na história do cinema.
A gueixa Miyoharu precisa de uma grande quantia de dinheiro para o debute de sua aprendiz, Eiko. Para ajudá-la, seu amigo Okimi, que pega o valor emprestado com o empresário Kusuda. Como pagamento, Kusuda quer possuir Eiko e ofertar Miyoharu como presente a Kanzaki, para fechar um negócio. As duas vão contra a tradição e se rebelam. Exibição em 35mm.
KENJI MIZOGUCHI
Destacando-se nos principais festivais europeus na década de 1950 (Oharu, Contos da Lua Vaga e O Intendente Sansho receberam prêmios importantes em Veneza), Mizoguchi foi rapidamente alçado ao panteão dos principais realizadores do mundo, especialmente pela crítica francesa, que via na obra do japonês o supra-sumo daquilo que era tido como a principal especificidade do cinema: a arte da mise en scène. Dizia o então crítico Jacques Rivette, na revista Cahiers du Cinéma: “esses filmes - que nos falam, numa língua estrangeira, de histórias às quais nossos costumes e modos de vida são completamente alheios - se comunicam conosco através de uma linguagem familiar. Qual linguagem? A única à qual um cineasta deve reivindicar quando tudo está dito e feito: a linguagem da mise en scène”. Naqueles anos, Mizoguchi era recebido como uma novidade singular no Ocidente, mas já havia realizado mais de cinquenta filmes desde sua estreia, em 1923, ainda no período silencioso do cinema japonês.
Nos anos 1930, Mizoguchi ficou conhecido pelo modo atípico de filmar, construindo a maioria das cenas em apenas um plano, deixando muitas vezes a câmera distante dos atores – num tipo de enquadramento que só seria frequente no cinema contemporâneo. Desde o início, colocou em cena o seu tema favorito: a luta das mulheres e o conseqüente destino trágico num país de costumes patriarcais, tanto em representações contemporâneas quanto em narrativas do período antigo. Nos pós-segunda guerra, Mizoguchi intensificou seu olhar sobre as tragédias femininas, construindo uma série de melodramas sobre a condição da mulher japonesa, entre nobres infelizes, gueixas revoltadas e camponesas dedicadas à família. Na última década de vida, o cineasta apurou ainda mais o seu estilo cinematográfico, trabalhando o plano-sequência e os enquadramentos com uma sensibilidade jamais igualada na história do cinema.
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